O sucesso
retumbante do livro de John Green aqui no Brasil serviu de termômetro para que
pouca gente duvidasse que o filme homônimo levaria uma legião de fãs para as
salas de cinema. Eis que, o longa metragem estreou em primeiro lugar por aqui, desbancando
um mega sucesso da Disney e os mutantes super poderosos.
Não posso
deixar de considerar como sendo um grande feito, ainda mais em um país onde os
jovens carregam “a fama” de ler pouco e chutar muito. Um feito mais acentuado
pelo fato de ser em época pré copa e todas as atenções estarem se voltando para
o campeonato mundial.
Eu sempre
digo que um livro é bom quando atinge o público alvo pretendido. E John Green
tem sido muito feliz na sua tarefa, pois consegue chegar com maestria junto a
um público que não é mais (ou nunca foi) fã de histórias fantasiosas, mas ainda
não quer se debruçar sobre questões desenroladas sob a ótica adulta.
O sucesso
de “A Culpa é das Estrelas” se dá pelo fato de despertar a identificação do seu
público. O foco da trama é “gente de carne e osso”, que passa por uma situação
potencialmente a ser vivenciada por qualquer mortal. E olha que não é fácil falar
de vida terminal sem derrapar em tom lacrimejante. O livro foge deste estigma,
ao balancear o otimismo e o pragmatismo sobre uma realidade nua e crua que
anuncia que a morte será algo inevitável.
É como
se os fãs das obras de Green mostrassem que não há tema que não possa ser
explorado, por mais espinhoso que seja e o sucesso desse livro reside no fato
de dar naturalidade e convencer um público que é tido por gastar de ser over, amar
muito; odiar muito e não ver algo além do próprio sabor da juventude. Green lhes
apresentou o efêmero. Eles aceitaram. Para o desespero dos que torcem o nariz
para esse tipo de literatura e para tudo que faça sucesso.
Neste
caminho, esses mesmos fãs me encorajaram a tirar o foco do audiovisual e mover
um antigo projeto de vida: voltar-me para a escrita literária de entretenimento.
Deixar de procrastinar e revisar um livro que fala de algo delicado, mas de uma
forma simples e franca. A culpa é mesmo dos fãs de Green, que me motivaram a sair
da zona de conforto. Espero que em breve, não só os seguidores desse escritor,
mas todos vocês também digam que aceitam a minha proposta.
Agora
o “chutar muito”, é claro, eu me referia a nossa tida habilidade nata quanto ao
manejo com a bola de futebol. Embora quem não desenvolve o hábito da leitura, também
tende a chutar muito, mas no vestibular. ;)
Até breve!
Eu estou
no twitter @TonnyCruzBR