segunda-feira, 9 de junho de 2014

A CULPA É DAS ESTRELAS (E DOS FÃS)

O sucesso retumbante do livro de John Green aqui no Brasil serviu de termômetro para que pouca gente duvidasse que o filme homônimo levaria uma legião de fãs para as salas de cinema. Eis que, o longa metragem estreou em primeiro lugar por aqui, desbancando um mega sucesso da Disney e os mutantes super poderosos.
Não posso deixar de considerar como sendo um grande feito, ainda mais em um país onde os jovens carregam “a fama” de ler pouco e chutar muito. Um feito mais acentuado pelo fato de ser em época pré copa e todas as atenções estarem se voltando para o campeonato mundial.
Eu sempre digo que um livro é bom quando atinge o público alvo pretendido. E John Green tem sido muito feliz na sua tarefa, pois consegue chegar com maestria junto a um público que não é mais (ou nunca foi) fã de histórias fantasiosas, mas ainda não quer se debruçar sobre questões desenroladas sob a ótica adulta.
O sucesso de “A Culpa é das Estrelas” se dá pelo fato de despertar a identificação do seu público. O foco da trama é “gente de carne e osso”, que passa por uma situação potencialmente a ser vivenciada por qualquer mortal. E olha que não é fácil falar de vida terminal sem derrapar em tom lacrimejante. O livro foge deste estigma, ao balancear o otimismo e o pragmatismo sobre uma realidade nua e crua que anuncia que a morte será algo inevitável.
É como se os fãs das obras de Green mostrassem que não há tema que não possa ser explorado, por mais espinhoso que seja e o sucesso desse livro reside no fato de dar naturalidade e convencer um público que é tido por gastar de ser over, amar muito; odiar muito e não ver algo além do próprio sabor da juventude. Green lhes apresentou o efêmero. Eles aceitaram. Para o desespero dos que torcem o nariz para esse tipo de literatura e para tudo que faça sucesso.
Neste caminho, esses mesmos fãs me encorajaram a tirar o foco do audiovisual e mover um antigo projeto de vida: voltar-me para a escrita literária de entretenimento. Deixar de procrastinar e revisar um livro que fala de algo delicado, mas de uma forma simples e franca. A culpa é mesmo dos fãs de Green, que me motivaram a sair da zona de conforto. Espero que em breve, não só os seguidores desse escritor, mas todos vocês também digam que aceitam a minha proposta.
Agora o “chutar muito”, é claro, eu me referia a nossa tida habilidade nata quanto ao manejo com a bola de futebol. Embora quem não desenvolve o hábito da leitura, também tende a chutar muito, mas no vestibular. ;)

Até breve!


Eu estou no twitter @TonnyCruzBR

quinta-feira, 27 de março de 2014

ROTEIRISTA INICIANTE, NÃO PERCA SEU TEMPO CRIANDO TRAMAS PARA O BRASIL (A NÃO SER, PARA A TV PAGA)

Pitboys, neonazismo, homem com câncer de mama e uma trama que se passava em um hospital. Isso sem falar na personagem principal, uma médica que se descobria soropositivo. Uma trama sensível, delicada, mas envolvente. Com tudo que uma boa novela das nove tem direito: drama, romance, comédia e uma pitada de suspense. Uma história que mesclava a linguagem do bom e velho folhetim com temas ousados e inovadores.
Apesar dos temas, a intenção era fazer um novelão, com “N” maiúsculo. Desses que o público tanto gosta.  “Laços de Vida”. A história foi criada entre o final de 2006 e 2007, ou seja, de lá para cá, muitos temas foram sendo colocados em novelas e tidos como inovadores, mas quando eu escrevi a sinopse, nem sonhava em vê-los em obras alheias. Bingo para quem conseguiu colocá-los no ar!
Acho que sou bom em tratar de temas novos (ao menos para novelas). O fato de recentemente ter tido uma novela que também se passava em um hospital e agora ter sido anunciado que uma novela da Record também irá tratar de neonazismo de forma idêntica à da minha sinopse, me fez concluir que história é para ser executada imediatamente, pois com o passar do tempo, vai se tornado obsoleta. Só falta tratarem do tema sobre homem com câncer de mama. Acho que vou publicar a sinopse dessa novela no meu blog. Eu já hesitei umas mil vezes, mas a inovação, que era o grande trunfo da trama, tem se esvaziado seguidamente.
Na época, enviei a sinopse para a Record e posteriormente para uma produtora de Portugal. A sinopse da Record deve ter tido o lixo como destino. Já a produtora de Portugal a elogiou e a achou bem estruturada e tal... Até chegaram a pedir o meu CV e iniciaram um certo diálogo, mas algum tempo depois, ela veio a encerrar as atividades.  
Outro país em que o profissionalismo no tocante a captação de novos projetos é real, independentemente de quem os escreve, é a Colômbia. Digo isso, porque lá o sol nasce para todos e não se admite a perpetuação dos mesmos autores em sistema de loteamento de horários. Autor de uma novela só, nem pensar! Por isso que a Colômbia tem se tornado um celeiro de novas tramas que ganham várias versões em todo o mundo.  Por lá, a grife é o produto em si e não o nome de quem o escreve. Quero trabalhar lá!
Como teste, desengavetei um projeto de uma trama que nem era para aquele país, e a enviei. Eis que dois meses depois, me responderam dizendo que era boa, mas não era o que estavam procurando (eu imaginava isso, porque em verdade, não era para o público colombiano). Mas o fato é que me responderam e era o que eu queria. Por que estou dizendo isso? Porque não mais, vou perder meu tempo pensando em criar tramas para o Brasil. Quanto ao tratamento que nos é conferido, ainda não vi a diferença entre lixo e roteirista iniciante. TV aberta – desisto!. Para o Brasil, só novelinhas e séries para a TV paga. Projetos já por aí... O entrave é o retorno, bom ou ruim demoram pra te responder. Isso quando te respondem. Mas assim que finalizar alguns outros; todos com destino certo e determinado, terei como foco, tão somente, o mercado externo. Lá fora não há enrolação. Tudo é objetivo e prático, ao menos comigo foi assim. E é pra lá que eu quero ir! Fica a dica.


sábado, 11 de janeiro de 2014

LIVRARIAS COBRAM PARA EXPOR LIVROS EM LUGARES PRIVILEGIADOS


 O assunto é antigo, portanto não é novidade, mas tem ganhado cada vez mais força a insatisfação por parte das editoras quanto a usura praticada por certas livrarias. É que algumas delas estão cobrando cada vez mais caro para colocarem livros em pontos mais expostos. Sim, aquele livro que você se depara assim que entra em certas livrarias não está ali por acaso.
Assim como em alguns supermercados, a prática da gôndola privilegiada também acomete o mundo literário. Para se ter o livro colocado em lugar de melhor visão (normalmente na frente da entrada principal), as editoras devem desembolsar uma boa quantia. Quantia essa que vem sendo inflacionada seguidamente e tem feito certas empresas rangerem os dentes. A insatisfação é tão grande que até gente graúda tem reclamado da situação.
Vejam a que ponto as coisas chegaram: Se até as editoras gigantes têm reclamado, imaginem os preços que estão sendo cobrados. Situação que tem feito até a turma que acredita que tal cobrança é mera lenda urbana ficar rubra de vergonha. Ou será que a cobrança, com tabela proporcional de preços pautadas pela altura das prateleiras ou centímetros ocupados é mesmo uma crendice popular?
Não sei, mas como sou chegado em teorias da conspiração, fico com a turma que acredita na veracidade do “mito” e só sei que livros em lugares privilegiados são sempre os que fazem parte dos catálogos das editoras grandes.
E que fique claro que não condeno esta prática. A mim pouco importa quem cobra e quem paga. Mas para não dizerem que estou completamente alheio a questão, procuro vasculhar bem as livrarias e tal qual um garimpeiro ávido por ficar rico subitamente, entro numa prática de verdadeira garimpagem.
Afinal, em meio a uma infinidade de livros, eu posso descobrir uma verdadeira pepita que estava ali, bem escondida em algum grotão antes imperceptível. Até porque, ampla exposição definitivamente não é sinônimo de qualidade.
E então, vamos garimpar?

Estou no twitter: @TonnyCruzBR