Na
minha opinião, o referido executivo não falou a verdade quando fez essa
afirmação. Ao menos não nas produções da emissora da “terra do tio San”. Pelo
contrário, a Telemundo tem tentado de todas as formas afastar e “estética
mexicana” das suas novelas.
Cenários
precários, figurinos esfuziantes e maquiagem carregada são alguns dos elementos
que são evitados nas novelas da emissora. Esses são apenas alguns exemplos da
“Cartilha Televiselesca” que a emissora americana não segue de jeito algum.
Aliás, com a concorrência da TV Azteca, a própria Televisa tem evitado esse
tipo de coisa, mas isso é assunto para outro texto.
As
razões da postura adotada pela Telemundo são óbvias: O que se pretende é ganhar
o respeito do público internacional e por tabela angariar cada vez mais
espectadores que não são necessariamente os latinos americanos. O que de certa
forma a emissora tem conseguido, pois já vi em algum lugar que suas produções
têm conquistado uma audiência do público genuinamente americano. Algo
extremante improvável há algum tempo.
Outro
ponto que chama a atenção tem sido a beleza do seu cast. A maioria das novelas
hispânicas antigas até pareciam que tiveram seus elencos retirados de um trem
fantasma. Hoje em dia, como se não bastasse o maior critério quanto ao padrão
estético, já não há o receio de explorar à exaustão os corpos dos seus atores e
atrizes. Não há espaço para tramas representadas com personagens muito pudicos.
O que dizer quando o belo se une ao ousado? Quem não gosta dessa mistura?
E
os cuidados para mostrar tais belezas também são perceptíveis. Era exatamente
neste ponto que eu queria chegar: As atrizes não aparecem com penteados
disformes, muito menos com o aspecto de cara pintada. Definitivamente não!
Por
isso acho que o Aguinaldo Silva agiu corretamente ao se insurgir contra os
cabelos e cílios das atrizes, já que se tem evitado esses excessos em produções
anteriores, por que aceitá-los em Marido de Alquiler?
Em
contra partida a atitude do diretor da Telemundo, ao dizer que todas as atrizes
mexicanas usam esses recursos, até pode ter um fundo de verdade, mas não nas
produções da emissora em que ele trabalha. Ao menos isso não é feito de forma
tão indiscriminada e natural quanto o que ele tentou transparecer. Admitir o
contrário seria estabelecer uma contradição com o atual panorama da emissora.
E
sem querer criar celeuma, embora goste de um “furdunço”; devo dizer que o
tratamento que a Telemundo tem dado a textos oriundos de outras emissoras tem
sido com grande esmero. Vide as adaptações dos textos vindos da TVN do Chile.
Tanto o modo de contar as histórias, quanto a forma de fazê-las foram
evidentemente inspiradas nas séries de investigação americanas. Quem duvidar do
que estou falando procure ver vídeos das versões americanas de “Donde Estás
Elisa?” e “Alguien te Mira”.
Enfim,
espero que o mesmo cuidado seja empregado com a nova versão de “Fina Estampa” e
que o público americano, como um todo, também possa se divertir e se emocionar
com a história que fez milhares de brasileiros ficarem diariamente à frente da
TV. Só não esperem que ela tenha a mesma qualidade da versão brasileira, porque
aí, já é pedir demais.
Obs.:
Estou demorando para postar porque estou preparando novidades. Em breve vou
falar sobre isso.