sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

CUIDADO COM OS ZUMBIS


Eu nunca gostei de zumbis. Nunca achei graça em ver um bando de mortos vivos desfigurados sujos de sangue e meio idiotizados a andarem prá lá e pra cá sem um objetivo definido. Também nunca achei que do ponto de vista dramatúrgico esses seres fossem interessantes por conta da sua apatia, ainda que grotesca.

No entanto, respeito muito quem aprecia ser assustado por esses seres curiosos, até porque eles possuem uma característica que me chama a atenção: a sagacidade em atacar subitamente. Pois, no primeiro deslize da sua presa, entenda-se algum pobre mortal, eles partem pra cima sedentos por um bom e suculento pedaço de carne.

Pois bem, as redes sociais e os grupos de discussão estão cheios de zumbis e são os espaços prediletos desses seres. Eles ficam lá, escondidinhos no mais soturno breu, só esperando um deslize alheio para saltarem sagazmente com sua fome animalesca dispostos a destroçarem a pobre vítima sem qualquer dó ou piedade.

A atuação dessas bestas virtuais é mais acentuada nos espaços em que os integrantes desenvolvem ou pretendem desenvolver algum tipo de atividade artística, seja na área literária ou audiovisual. E como a intelectualidade é um elemento que naturalmente vem a ser demonstrado, ainda que de forma indireta, através de opiniões, artigos, textos ou trabalhos propriamente ditos. É através destes elementos que qualquer cidadão corre o risco de ser fudid*.

Qualquer deslize, seja uma incongruência na fundamentação da sua opinião, um erro de digitação, um erro de português, uma dúvida que demonstre completa falta de maturidade profissional ou qualquer outra coisa que eventualmente se constitua em uma eventual “falha intelectual”, eis que algum zumbi surge para te corrigir ou até para te esculhambar, ainda que fazendo uso de uma singela acidez. Só que toda acidez é destrutiva e não tem jeito de ser diferente.

Em outras palavras, aqueles seres que são inoperantes e nunca aparecem no sentido de contribuírem para o compartilhamento de informações; com a falha alheia, passam a ser dotados de uma imensa fome e eis que saltam a dar o ar da nem tão desejada graça.

A esta altura do campeonato alguém já estará a se perguntar se eu fui vítima de alguma criatura deste tipo e eu lhe respondo que não. Não no sentido de ter passado por uma situação específica, que me colocasse na condição de vulnerabilidade, embora reconheça que já cometi os meus deslizes, o que na condição de ser humano (e não de zumbi) absolutamente não me faz ser melhor ou pior que alguém.

Aliás, ao contrário do que possa parecer, isso aqui não é um desabafo, pois eu nunca, jamais, perderia meu tempo a elaborar um texto, ainda que simples e direto, tão somente para atacar zumbis. Este singelo texto está revestido mais para um ALERTA e até MOTIVAÇÃO, porque eu mesmo já incentivei a todos pretensos escritores, dramaturgos e roteiristas para que se mostrassem e desenvolvessem seus trabalhos ou compartilhassem suas experiências de ordem estritamente profissional “on line”.

Por conta dessa minha recomendação, me vejo na obrigação de também advertir sobre “o lado negro da força”. Saibam que ao se expor, vocês estarão a mercê das pragas virtuais e em caso de uma falha ou escorregadela, deverão estar preparados para a trollagem grotesca.

Saibam ainda, que a ausência de distração é a melhor defesa contra tais zumbis. Estejam preparados para a crítica, o sarcasmo e até a esculhambação. Utilizem o ataque a seu favor e os transforme em aprendizado para evitar novos deslizes. Se tornem mais atentos. Essa é a melhor forma de enfrentar tais seres, para que nunca possam te abater. Pois mordiscar o seu lindo e delicioso corpo, só mesmo quem merece e de outra forma bem mais interessante, não é mesmo? Se é que vocês me entendem.

E para quem não escreve ou não pretende se expor na net, tenha essa postagem como uma certa orientação para as suas vidas. Não deixem que te coloquem na condição de vulnerabilidade, pois é exatamente isso que eles mais desejam. Elevar o outro a condição de fraco é a meta inicial de quem deseja o seu mal. Assim, terão exponencialmente reduzido o trabalho para providenciarem a sua derrocada. Rixe, será que tô uma “cruza” de Augusto Cury com o RR Soares?

De qualquer forma, que os zumbis continuem lá, no quinto dos infernos, de onde nunca deveriam ter saído, a beliscarem a carne do capiroto. E quem tiver com “peninha”, que os leve para casa, mas antes tratem de ir à sessão do descarrego do Valdomiro. Se bem que.... É melhor eu calar a boca e encerrar o texto por aqui!

 

Também estou lá no @ TonnyCruzBR