quarta-feira, 9 de maio de 2012

A UNIÃO FAZ A FORÇA

É com esse título clichê que eu propositalmente inicio a postagem de hoje, porque não haveria outra frase que servisse tão bem para o nosso caput. Isto porque, na noite de ontem estreou a série Fora do Controle, fruto de uma parceria entre a Rede Record e a Gullane Filmes.
A emissora todos já conhecem, mas a produtora, talvez ainda não seja do conhecimento do grande público. Quem é do meio audiovisual, especialmente do cinema, sabe bem do que se trata. A Gullane é uma produtora que desde a sua gênese tem buscado a excelência na sua linha de produção e sempre esteve aberta a parcerias.
Por conta da sua ampla visão, tem colecionado uma série de sucessos tanto na TV quanto no cinema. Basta que eu cite ao menos três filmes do seu catálogo, para que vocês tenham uma boa ideia do porquê ela é icônica.
É justamente nessa linha das produtoras independentes que reside o futuro do nosso cinema. As produtoras já são uma realidade, mas o futuro do audiovisual é bastante promissor se continuar sendo o campo de atuação de muitas delas.
Eu já disse aqui mesmo que não acredito que o Brasil venha a ter uma indústria de cinema tal qual a Índia, muito menos como Hollywood. Em contrapartida, acredito que as produtoras independentes passarão por uma transformação no sentido de realizarem parcerias entre si, criando intricadas redes de co-produção que terão uma dinâmica ligeiramente inspirada nos grandes estúdios de Hollywood.
Essa dinâmica vai se estender desde a captação de recursos, até a fase mais inglória, que é a de inserir uma produção na rede de exibição comercial. Um problema que eu tenho abordado com frequência e que torço ansiosamente para a sua rápida supressão.
Acredito também que a TV não sairá “ilesa” das futuras parcerias. Acho que boa parte da programação será destinada a programas independentes. Eu sei que essa palavra ficou meio maculada, pois que, quando se fala em produção independente, lembramos daqueles malditos avisos, normalmente com palavras brancas em fundo azul a cacarejarem: este programa é uma produção independente e blá, blá, blá...
Daí então, eis que surge um pastor ou aquelas figuras dos programas de produtos importados, cujas dublagens são tão grotescas que lembram as novelas mexicanas dos anos oitenta. O Brasil é mesmo um dos melhores países em termos de dublagem? Chiiii....
A produção independente a que me refiro é aquela “feitinha” para agradar e não para espantar a audiência e não poderia ser o contrário, pois eu acho que o futuro das emissoras que estão tentando se firmar está nas parcerias com as produtoras independentes. Porque estas criam produtos que alinham a linguagem da televisão com a do cinema, num lampejo criativo capaz de chamar uma parcela do público que está “de mal” com a TV aberta. A série Fora de Controle pode ser um forte exemplo neste sentido, principalmente em época de tanto gracejo para a classe “C”.
Antes que alguém me envie um e-mail a cobrar. Eu não listei ao menos os três produtos da Gullane, porque quero que vocês vão lá no site da produtora e vejam com seus próprios olhos “que a terra não há de comer”, as produções já realizadas pela produtora e depois me digam se não tenho razão ao depositar minhas esperanças no futuro das produções independentes.

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