sábado, 14 de abril de 2012

A HOLLYWOOD DA ÍNDIA

Muito se tem falado nas proximidades entre o Brasil e a Índia, onde cada vez mais seus chefes de Estado têm se voltado para a cooperação mútua.  Numa relação que tem, a todo momento, nos tem trazido certas particularidades daquele país.
Inobstante o fato de ter sido quase que folcloricamente retratada em uma telenovela, a Índia é um país muito curioso e uma das suas características que o tornam um país singular, é o fato de ele possuir uma forte indústria cinematográfica, a qual se chama de Bollywood.
A produção cinematográfica lá é tão presente que ganha contornos de indústria comparada a Hollywood, com um detalhe que as diferem: a Índia produz mais filmes que a terra do Tio San, mesmo esta sendo representada pelos grandes estúdios, com suas produções arquimilionárias.
Muito se tem falado em Bollywood e sobre os fatores que levaram um país como aquele a ter uma produção de cinema tão forte. Eu arrisco ao menos uma razão: a de que lá, o cinema é algo cultural.
O cinema é tão presente na rotina da população que não é incomum, que como forma de lazer, amigos se reúnam para fazer filmes. É como se fosse um “programa de domingo”, equivalente ao que se faz aqui, onde o grande lazer nacional é jogar futebol.
É claro que nem sempre a qualidade dos filmes produzidos por Bollywood é boa, mas, ao contrário daqui, onde só se lembra que é brasileiro de quatro em quatro anos; é reiteradamente no cinema que o indiano se retrata e se vê, reforçando a sua cultura e despertando o interesse do público de uma forma massificante.
Ou seja, lá o cinema é algo que também é feito pelo povo, que se identifica e consome naturalmente o que se produz. Aqui o cinema é algo elitista, feito por meia dúzia, onde muitos desses poucos se acomodam em receberem verbas públicas, para realizarem filmes autorais feitos, em sua maioria, para agradarem críticos intelectuais (e intelectualóides) nos festivais de cinema.
Na Índia o cinema praticamente se auto sustenta. Aqui o cinema sustenta uma minoria, às vezes literalmente, onde alguns, com o dinheiro público, até... Bem, é melhor eu me calar.
Voltando ao assunto, a Índia possui uma indústria cinematográfica, porque desde sempre foi feita pelo povo e voltada para o povo, que gera renda e a faz sustentar. Embora lá também existam as grandes corporações que investem em cinema, sem perderem o foco de levarem o público para as salas de exibição. Assim como fizeram Mazzaropi e Os Trapalhões durante muito tempo. Mesmo apanhando da crítica intelectual, que muitas vezes os batia sem dó.
O fato é que o cinema só se torna algo verdadeiramente concreto se for feito para atingir o maior número de pessoas possível, o que não significa fazer algo ruim.
É isto que em matéria de produção cinematográfica, torna o Brasil abismalmente distante da Índia: aqui ainda é pecado mortal fazer um cinema com o compromisso de gerar público e renda. Poucos saem da zona de conforto da cultura das verbas públicas.
É preciso mudar esta realidade e alguns bons cineastas têm se voltado para isso, notadamente os da nova geração. Nem precisa que venhamos a sonhar para nos tornarmos uma indústria como a da Índia, o que é uma hipótese muito remota, mesmo sendo o Brasil uma das maiores economias do mundo.
Mas eu escrevi....escrevi e não disse o que da fato é essa tal Bollywood. Eu direi, mas nesta segunda 16/04. Aguardo vocês.

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