terça-feira, 3 de abril de 2012

ESTÃO ACABANDO COM A TV PÚBLICA

Lembro quando assisti pela primeira vez ao programa Vitrine da TV CULTURA. Na época apresentado pela competente Maria Cristina Poli. Isso lá por meados dos anos noventa. Foi “amor a primeira vista”. Amor por ela e pelo programa, que afirmo sem medo de errar: durante um certo tempo foi o melhor programa da TV Brasileira. Aguardava ansiosamente a sua edição (sempre semanal) e acompanhei a sua mudança que ocorreria durante os anos que viriam.
E assim foi ocorrendo. O programa foi mudando constantemente de dia e horário, até se deteriorar totalmente em meio à programação e em seu próprio contexto, ou a falta dele.
Algumas alterações depois, umas para melhor e outras nem tanto; o programa foi se perdendo, inclusive o seu “tempo de arte”, que tinha algo em torno de uma hora, para passar a ter meia. Até que foi extinto e deixou uma série de fãs órfãos e porque não dizer, indignados.
O Vitrine foi sem dúvidas o programa que tratou o assunto “mídia” da melhor forma possível, com lucidez e seriedade, sem perder o tom leve e descontraído que deve se fazer presente nesse tipo de programa. Isso sem falar que ele revelou muita “gente boa”, inclusive dando oportunidade para que outros, que já vinham de antigos trabalhos, pudessem mostrar suas “outras facetas”.
Pois bem. Há algo em torno de dois meses, salvo engano, o programa deixou de ser transmitido e com ele também se foi o Metrópolis, outro programa muito bacana.  Se fosse em uma TV privada, a atitude dos programadores da TV CULTURA, poderia ser considerada um “ensaio ao suicídio”, ou um “tiro no próprio pé”. Já que esses eram dois produtos que traziam nobreza e credibilidade a TV. Mas pelo fato das suas particularidades, eles não têm mesmo com o que se preocuparem, porque essa emissora vive de verba pública e os empregos de muitos, estarão garantidos, mesmo que ela venha a passar por terríveis intempéries. Mas essa regra só serve para aqueles que defendam determinada sigla que é o... bem deixa pra lá.
Situação pior é a da TV BRASIL que é chamada jocosamente de TV traço, já que “traço” é o termo “quase técnico” para o índice de audiência que beira o zero ponto. O que faz com que o seu “ingrato” apelido não seja tão jocoso assim.
O fato é que, em alguns casos, tanto a TV CULTURA, quanto a TV BRASIL só têm servido de verdadeiros cabides de empregos. Em uma sistemática perversa, onde quem ganha poder são os apadrinhados políticos, em detrimento dos que realmente são competentes e entendem de TV, que acabam perdendo importância dentro da emissora.
Por isso meus amigos, não tomem como surpresa se as TV´s públicas definharem em termos de qualidade, porque cada vez mais vão servir, tão somente, para refúgio de empregos de uma gente que vai brincar de fazer TV, sem nenhum compromisso com a qualidade. Afinal seus empregos estarão garantidos de uma forma desprendida de resultados a serem obtidos.
Mas saibam eles, que apadrinhados políticos só ostentam esse “título”, enquanto seus padrinhos estiverem no poder. Porque quando o povo resolve mudar (embora isso demore pra acontecer). Os príncipes que assim foram dormir, quando acordarem voltarão a serem sapos e aí serão depostos dos tronos dessas TV´s, hoje grandes brejos que eles próprios ajudaram a transformarem.

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